Quando procurar uma psicóloga?

Existem momentos na vida que um profissional pode nos ajudar a resolver uma situação ou orientar para que as pessoas fiquem bem consigo mesmas. Para estes momentos existe o psicólogo que poderá prestar essa ajuda através da psicoterapia. Neste blog darei exemplos de situações que você poderá procurá-lo.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Gravidez na adolescência!

  • A saúde mental na adolescência
Muitas perturbações do adolescente são apenas reações adaptativas normais para circunstâncias e o momento considerado de sua evolução ontogenética.

É notória a tendência à impulsividade por parte do adolescente. Em geral, isto é atribuído a raízes biológicas da adolescência e a dificuldades na aquisição do pensamento abstrato. A ação, neste caso, é uma forma de lidar com as ansiedades confusionais características do processo puberal (OSÓRIO, 1989).

  • Gravidez e Parto

A evolução tecnológica da medicina garante, hoje, muito mais segurança e conforto durante a gestação e o parto, épocas de grande modificações da mulher e da família.
Mesmo sendo um acontecimento natural, a gravidez deve ser acompanhada de perto por profissionais especializados. Há uma série de cuidados pré-natais importantes que garantem a saúde e o bem estar da mãe do bebê, e que também irão detectar qualquer problema que possa estar presente mesmo sem apresentar sintomas.

  • Aspectos Psicológicos da Gravidez

Antes de engravidar as mulheres e os homens imaginam como é ter um filho, como poderia ser esse filho, como seriam como mãe ou pai deste filho, o que o filho representaria para a sua vida.
Com a primeira gestação as mudanças são sentidas como mais radicais, à partir do momento em que há o conhecimento da gravidez há um vinculo não mais entre duas pessoas e sim três pessoas: mãe, pai e filho. Essa transição é muito importante e acarreta muitos anseios, expectativas e temores.


A responsabilidade de ter um filho, significa assumir um compromisso que é irreversível e que dura o resto da vida. Isso faz gerar uma gama imensa de sensações e emoções em diferentes intensidades. Há a ambivalência do querer ou não querer ter um filho, do aceitar ou não aceitar, da alegria e do temor.

Essa mistura de sentimento está presente não só neste momento da gravidez, e sim na dinâmica de todo e qualquer relacionamento humano importante. Todos que tenham um vínculo forte sabem o que significa a mistura de sentimentos, como: amor, raiva, irritação, alegria, ressentimento, mágoa ou contentamento.

A intensidade dessa mistura de sentimentos em relação à situação de ter um filho varia de pessoa para pessoa, e também de época ou de momento de vida que cada um atravessa.


  • Gravidez na Adolescência

A adolescência por si só implica é um esforço adaptativo e a gravidez durante esta etapa interfere no desenvolvimento de habilidades próprias deste período, como a consolidação da autonomia, a socialização e a capacidade da regulação afetiva.

Segundo VÁSQUEZ (1997) a gravidez em mulheres adultas constitui um fator protetor contra o suicídio, mas estudos assinalam um risco suicida elevado (13%) durante a gravidez e o período de pós-parto em adolescentes. Se encontra também uma alta incidência de depressão.

Estes sintomas entre outros fatores, acabam acarretando assim uma limitação do exercício da maternidade que pode ser atribuído a constituição de um grupo de mães adolescentes heterogêneo, a combinação de aspectos intrínsecos do desenvolvimento, as variáveis sócio econômicas e culturais.

A gravidez na adolescência constitui uma das preocupações mais importantes relacionadas à conduta sexual dos adolescentes frente ao percentual cada vez mais elevado da sua ocorrência , em conseqüência a uma iniciação cada vez mais precoce, sem o uso adequado de métodos anticoncepcionais. Além disso, é considerado um importante problema de Saúde Pública por estar intimamente relacionada as altas taxas de mortalidade infantil, perinatal e materna (MAGAGNIN,1995).

Tendo em vista que a gestação adolescente em 90% dos casos não intencional, é vivida com intensa angústia e poderosos bloqueios afetivos, afirma AGUIRRE (1995) que desta forma a gestante na condição de adolescente acaba não tendo maturidade psíquica para estabelecer um relacionamento de casal ou desenvolver um vínculo saudável com o bebê. O feto não seria percebido como uma criança, fruto da relação com o parceiro, mas como extensão de si própria.

A gravidez na adolescência determina com muita freqüência conseqüências psicossociais para as gestantes adolescentes. De acordo com DUARTE (1998), a gravidez é vivida como um período de muitas perdas. É o corte no desenvolvimento, a perda total da identidade; a interrupção da formação educacional e/ou profissional, a perda da confiabilidade da família; muitas vezes é a perda do namorado ou companheiro que não quis assumir a gravidez; é a perda da expectativa de futuro, do sonho de ser diferente da mãe, da idealização de profissiões que estão na moda, geralmente impostas pelos meios de comunicação; e também a perda da independência adquirida junto aos pais, para a submissão ao marido, quando houver casamento, numa perda da proteção da família que agora a vigiará dia e noite.

Tendo em vista todo o processo maturacional que ocorre na adolescência, a gravidez nesta etapa da vida é geralmente enfrentada com muitos desafios, além de todas as dificiludades normalmente encontradas.

A adolescente e seu parceiro deverão dar conta de mais um desafio. Este se posiciona, na maioria das vezes, de inicio como algo ruim que só traz perdas e problemas, mas que com o passar do tempo este desafio pode se tornar algo menos amedrontador.

A adolescente e seu companheiro têm que estarem aptos a lidar com as perdas que poderão surgir como: deixar de sair a noite com frequencia, dificuldades em viajar por um longo período, manter-se na escola com bom rendimento, a pressão familiar, não estar sempre disponível aos amigos, entre outras. Algumas perdas que podem ocasionar ao se assumir bruscamente a responsabilidade de se tornar mãe ou pai.

Segundo DUARTE (1998), é muito importante que a adolescente gestante tenha oportunidade de juntar seus pedaços e que cumpra seu papel de mulher, adolescente e cidadã. Ela precisa estar inteira para viver o papel de mãe e permitir-se ter ou não novos relacionamentos, planejar sua atividade sexual, repensar sua vida escolar e profissional, readquirir e estimular sua auto-estima para poder, como é seu direito, viver plenamente.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIRRE, A. M. B. – Aspectos psicodinâmicos de adolescentes grávidas – SP,
Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia, 1995
DUARTE, A. – Gravidez na adolescência – R.J, Rosa dos Tempos, 1998
MAGAGNIN, L. Et al. – Gravidez na adolescência: falta de informação ? – PR,
Semina, 1995
OSÓRIO, L.C., - Adolescente Hoje -. S.P, Artes Médicas, 1989
VÁSQUEZ, R.; PIÑEROS, S. – Psicopatologia en madres adolescentes –Bogotá,
Pediatria, 1997

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